Mais uma praia fluvial para o concelho



"A Câmara Municipal de Alcoutim pretende, num futuro próximo, dotar o Açude de Galaxos, na freguesia de Vaqueiros, com as infraestruturas necessárias para ser amplamente usado como praia fluvial e zona de lazer.
A construção daquele açude foi concluída no final do ano passado. O principal objetivo foi facilitar a rega das pequenas explorações agrícolas existentes nas margens da ribeira de Odeleite e permitir a recarga dos lençóis freáticos, que, muitas vezes, esgotam por completo no verão.
Agora, este espelho de água tem sido também aproveitado como praia fluvial, tendo, nos últimos dias, sido procurado por residentes e turistas.
A obra custou à autarquia de Alcoutim 246.568,44 euros, valor que também inclui a construção do açude da Várzea, que está a decorrer. A construção deste açude foi apoiada pelo programa da CCDR Algarve “Ribeiras do Algarve”, ao qual a Câmara Municipal de Alcoutim se candidatou, arranjando financiamento para 65 por cento do valor total da obra.
Atualmente existe apenas uma praia fluvial oficial naquele concelho, a Praia do Pego Fundo, na sede do município."

[Notícia retirada do Jornal do Algarve]

Movimento Pró Alcoutim

Personalidades como Mário Zambujal, Teresa Rita Lopes, Carlos Brito, Gaspar Santos e o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, entre outras figuras, constituíram recentemente o movimento intitulado Pró Futuro de Alcoutim. 
No almoço inaugural, realizado naquela vila algarvia, no passado 21 de janeiro, foi aprovado e assinado o manifesto fundador onde se especificam os objectivos que o grupo toma por orientação e as ações que pretende realizar. 
No texto, o grupo lembra que o Censos 2011 revelou que o concelho de Alcoutim “perdeu um quarto da população nos últimos dez anos”, existindo razões “para recear que esta sangria continue”. 
“Os fenómenos do envelhecimento e da desertificação que a provocaram podem mesmo ser agravados pela presente política de contenção orçamental e outras medidas de austeridade em curso. Até onde? Para quem gosta de Alcoutim, esta ameaça é alarmante e inaceitável”, consideram. 
Os últimos anos não trouxeram quaisquer projetos de desenvolvimento económico local, “capazes de criar postos de trabalho, garantir emprego, fixar e atrair população”, salientam, enquanto as “poucas” iniciativas que apareceram se depararam “com tantos obstáculos e exigências burocráticas da parte de organismos centrais”, em especial dos ligados ao ambiente e ao ordenamento, que os investidores acabaram por desistir.  
Até a ponte Alcoutim-Sanlúcar do Guadiana, acrescentam, que podia contribuir para “atenuar a situação extremamente periférica e de «fim da linha» em que o concelho se encontra”, acabou por ser retirada das agendas oficiais de Portugal e Espanha, “por razões economicistas, ao que se diz, mas verdadeiramente por falta de vontade política”. 
As quase cinco dezenas de personalidades que assinam o documento e integram o grupo Pró Futuro de Alcoutim pretendem dar o seu “contributo” para “ajudar a modificar” este panorama. 
O objetivo passa por “trabalhar para a promoção de Alcoutim” em todas as áreas onde possam exercer influência, nomeadamente comunicação social, turismo, economia, negócios e cultura, criando parcerias com outras instituições e localidades com quem possam trocar diferentes actividades culturais. 
As personalidades disponibilizam-se para, “em conjugação” com os órgãos autárquicos, as associações e os partidos políticos, “exercerem pressão junto das estâncias políticas e administrativas centrais e regionais, seja para contrariar medidas adversas para o concelho, seja para acelerar medidas que o favoreçam."



Notícia originalmente publicada em:

ALCOUTIM, no Jornal "O Século", 1970, por João Baltazar Guerreiro

O Sr. José Varzeano, no seu Blog Alcoutim Livre, publicou este texto alusivo a Alcoutim, escrito pelo meu avô para o Jornal "O Século". Agradeço, desde já, a dedicatória.
Em 1970, como hoje em dia, Alcoutim "necessita de maiores atenções". Apesar de terem sido construídas estradas, escolas, lar de terceira idade, centro de saúde e de os serviços funcionarem melhor, o isolamento continua a fazer-se sentir com o decréscimo de população que na década de 70 andava pelos 9 mil habitantes e hoje em dia passa pouco dos 3 mil...


(PUBLICADO NO JORNAL DIÁRIO “O SÉCULO” PELO CORRESPONDENTE EM ALCOUTIM J.B.GUERREIRO EM DATA IMPPRECISA – 1970/71)



[JB Guerreiro]
ALCOUTIM – Tem este concelho uma população de cerca de 9000 habitantes, e o único médico que existia e prestava serviço de clínica geral, acabou por se retirar para outra localidade, onde com mais facilidade possa educar seus filhos, dando-lhe assim mais conforto.

Quanto ao ensino, ou melhor, à sua falta, é esse um dos factores mais importantes para ajudar o declínio da população, pois todas as pessoas , com ou sem condições, procuram instruir os seus filhos, notando-se este facto também na classe de funcionários e militares, os quais, em grande parte, recusam-se a permanecer aqui, desde que possam conseguir colocação em lugares onde existam estabelecimentos de ensino.

Solucionar-se-ia o problema com a criação de um ciclo preparatório e de um posto de Telescola , retendo-se esse pessoal na localidade por mais alguns anos.



[Alcoutim e Sanlúcar visto de Espanha. Foto de JBG (?)]


Por seu lado, pouco resta do pequeno comércio que em tempos existia, e o motivo deve-se somente às entidades responsáveis pela conclusão de uma estrada, a que apenas faltam construir cerca de 3 quilómetros, para que, assim deixe de ser beco como já se lhe chama.
Salienta-se, ainda, o encerramento da fronteira, a qual esteve aberta até à Guerra Civil de Espanha.
Por sua vez, são as paisagens do Guadiana, junto a Alcoutim, umas das mais belas do Algarve e pena é que ainda sejam desconhecidas do grande número de turistas que visitam esta província, e que as obras em curso, não se concluam.
Também por falta de um funcionário, a Estação dos Correios fecha, enquanto a única funcionária se desloca à Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública, a requerer selos, vales do correio e fazer entregas de fundos. O serviço de distribuição faz-se com grande atraso, pois o único carteiro-distribuidor, embora zeloso e rápido nos serviços, não consegue tratar dos serviços com a prontidão que se fazia quando eram dois funcionários. Os Correios Telecomunicações obrigam o mesmo carteiro a fazer a condução de malas num percurso de cerca de 150 metros a pé, com as malas às costas, diariamente. Aqueles serviço, passando a empresa privada, retiraram uma caixa receptora de correspondência na zona de comércio e das repartições, alegando terem de pagar mais uma hora diária ao carteiro. Existia um posto de telefone público naquela zona, mas foi, igualmente retirado, tudo isto com grandes prejuízos para o público e para o desenvolvimento da vila.

http://alcoutimlivre.blogspot.com/2011/10/alcoutim-necessita-de-maiores-atencoes.html

1º Concurso Nacional “Aromas e Sabores com Figo-da-Índia” - Martim Longo



O 1º Concurso Nacional “Aromas e Sabores com Figo-da-Índia” quer sensibilizar a população para a importância estratégica dos produtos endógenos como o figo-da-índia, o mel, a amêndoa, a bolota, e a alfarroba, entre outros.
A iniciativa é da Cooperativa Agrícola de Rega do Pessegueiro (Coopêssego) e o ato final do concurso terá lugar a 4 de setembro na aldeia de Martim Longo.
O concurso abrange três modalidades: Doces que podem ser geleias, compotas, biscoitos, bolachas, os Bolos tipo pastelaria e Bebidas que poderão ser cocktails com ou sem álcool ou sumos.
Cada concorrente poderá apresentar um trabalho em cada uma das modalidades a concurso, desde que a confeção dos produtos integre uma percentagem igual ou superior a 30% de figo-da-índia, um fruto que existe em abundância em diversas áreas do Algarve e se encontra desaproveitado.
A iniciativa além de alertar para a importância da utilização destes recursos próprios no desenvolvimento da região, quer também incentivar o empreendedorismo e criar um produto de referência para produção intensiva e respetiva comercialização.
A data limite das inscrições é 31 de agosto de 2011.
Regulamento do concurso:
Vídeo:

Idosos com dignidade?

(Texto escrito pelo presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Dr. Francisco Amaral, no jornal REGIÃO SUL, sobre o problema do isolamento dos idosos nos montes do interior algarvio)

Foi uma vida inteira de trabalho e de sacrifício. Quase sempre de sol a sol. Os filhos emigraram para o estrangeiro ou para o litoral. E agora? Que condições de vida? Isolados nos montes não menos isolados da Serra Algarvia e do Baixo Alentejo. Quantas vezes as refeições foram sopas de pão, ou pão com chouriço e azeitonas? O que vale é que o “caseiro” anestesiava. A seguir vieram as dores reumáticas (mais que muitas!), os almareios frequentes provocados pela aterosclerose ou hipertensão. Neuroses (ansiosa e depressiva), fibromialgia e outras, nem pensar. Não havia tempo para essas minudências modernas.
Entretanto, a visão vai diminuindo. As cataratas avançam imparáveis. A audição vai-se perdendo. Tanta surdez severa. A quem recorrer? Como? Quem paga? Quantas vezes se pensa: não há nada a fazer. É o destino. O destino é ficar assim…
Todos os filhos deviam ajudar. Uns podem, outros não. Uns podem e ajudam, outros não. Alguns, mais atrevidos, ainda vêm de vez em quando à serra buscar parte da reforma do idoso e alguns produtos. Outros, levam os familiares idosos para um apartamento para Faro ou para Lisboa, onde, quiçá, estarão mais isolados do que no seu monte isolado. “Será melhor ficar”, dirão os idosos. Os filhos, a maior parte quer ajudar, mas não consegue. Depois vêm os internamentos naturais no Hospital (Faro, Beja, Portimão). Surgiu a pneumonia, ou o AVC, ou o infarto, ou a neoplasia…
Muitas vezes internados numa maca ou numa cama de um corredor, ou à “molhada”, como às vezes acontece. Mais grave do que esta situação em si, é toda a gente já achar normal. As pessoas já não se indignam. Já se resignaram. Lembro-me, então, do que se passa hoje no Egipto, na Tunísia, na Líbia…
Normal estar internado uma semana num corredor de um Hospital? Numa Europa dita civilizada em pleno século XXI? Será?
Depois, se sobreviverem, têm alta para uma Unidade de Cuidados Continuados. Haverá vaga? Geralmente não! E agora filhos? Que fazer?: “- Vou deixar o emprego? -Vou meter baixa?”. Ouvimos do Hospital: “- O seu familiar tem de sair, tem de sair, desenrasque-se…”
Isto é o dia-a-dia! Só quando nos bate à porta é que nos apercebemos desta maldade. Melhor dizendo, deste drama. Até lá, é um problema dos outros. Cruzamo-nos neste fadário com a indiferença, com o egoísmo e o salve-se quem puder…
Os familiares dirão que estão a fazer o que podem!...
Os nossos responsáveis políticos dirão que estão a fazer tudo para resolver a situação!...
Será mesmo?!...

Francisco Amaral, Médico, Autarca

- A minha avó Isabel, por Odília Guerreiro

Já tinha pensado escrever um post alusivo a esta fotografia da minha bisavó Isabel, responsável pelo meu segundo nome. No entanto nunca cheguei a conhecê-la, por isso aqui fica um relato de quem a conheceu bem:

Sempre a conheci assim, de negro vestida. Enviuvou antes de eu nascer e, posteriormente, perdeu o filho mais novo, o meu tio Vanderdil, com 35 anos de idade. Cem anos vivesse que sempre de preto se vestiria. O preto simbolizava a dor, a ausência, a saudade dos que haviam partido...marido e filho.Quando era miúda adorava dormir com a minha avó, bem aconchegada a ela, aquecidas com as mantas de montanheco/de pura lã de ovelha e tecidas lá em casa no velho tear do meu avô Baltasar. Lembro-me dos Invernos ventosos, da chuva a bater nos telhados, das histórias de vida que me contava enquanto o sono não chegava.Contava-me que o meu avô assinava um jornal que chegava ao monte pelo correio. Depois de passada a palavra de que o jornal chegara, toda a vizinhança confluía para o Castelo (era assim que se chamava a zona mais alta do monte) onde os meus avós moravam.Mais tarde, seria outro o meio de comunicação que traria as pessoas ao castelo... um rádio comprado pelo meu pai, receptor de notícias faladas, sinal da evolução dos tempos.
Quando, anos mais tarde, fomos morar para Alcoutim e regressávamos ao monte, em visita, lembro-me de a ver, sempre, no canto do muro do quintal esperando por nós... Quando o carro passava a portela, os seus excelentes ouvidos davam conta e ela apressava-se a ir ao sítio onde a minha mente, mil vezes a visualiza... para ver se seriam os seus. Guardo esta imagem como se fosse ontem...

Publicado por Odília Guerreiro in http://moura-do-castelo-velho.blogspot.com/

- Fim-de-semana à vista!

Em contagem decrescente para o fim-de-semana em Alcaria Alta...
Vamos fazer novamente o Percurso do Viçoso de bicicleta, pois da última vez perdemo-nos e não o completámos, apesar de termos dado uma volta ainda maior... :)

- Festa na vila




Este fim-de-semana foi de festa na vila de Alcoutim. Não pude estar presente, mas lembrei-me de publicar aqui estas fotos, tiradas pelo meu avô, por ocasião das festas de 1967. O cartaz ilustra a atracção da festa que foi, nesse ano, uma sessão de ilusionismo! Já lá vão mais de 40 anos...

- O velho eucalipto



Esta foto, tirada também pelo meu avô na década de 60, mostra o seu carro debaixo do velho eucalipto que, ainda hoje, se encontra em frente à casa da Tia Etelvina. No entanto, não consigo identificar as pessoas, apenas a Florentina do lado direito da foto, de chapéu. Quem seriam os outros dois?

- Sentadas no paial

Alcaria Alta, década de 60.
Sentadas no paial da casa, a aproveitar a sombra da tarde...
Da esquerda para a direita: a professora regente de Alcaria Alta e três gerações de mulheres da minha família: a minha bisavó Isabel, a tia Maria Teixeira, sua filha, e a prima Florentina, sua neta.
Foto tirada pelo meu avô, João Baltazar Guerreiro, respectivamente filho, irmão e tio das senhoras.

- A mercearia chega ao monte


Numa tarde em que estávamos em Alcaria Alta, passei por casa da prima Claudina, que estava sentada à porta, com a Ti Etelvina e a prima Maria Teixeira. Estávamos na conversa, quando se ouviu uma carrinha a apitar alto e bom som. "Aí está a mercearia!"
Explicaram-me que era um "rapaz" que vinha às Quintas-feiras, de quinze em quinze dias, com uma carrinha que trazia muitas mercearias. Fui num instante a casa buscar a carteira e dirigi-me também à mercearia. Tratava-se de uma carrinha grande, com prateleiras carregadas e diversos produtos expostos. Foram-se aproximando outras pessoas do monte, para fazer as suas compras e, à medida que iam sendo atendidas, iam refilando dos preços e do senhor estar cada vez mais careiro...
Entretanto, chegou a minha vez e pedi dois saquinhos de biscoitos secos, uns de amêndoa e outros de sésamo, e um queijinho de cabra fresco, que estava num tabuleiro cheio deles com muito bom aspecto. Paguei a "módica" quantia de 5,40€ e apercebi-me bem do que estes produtos são inflacionados... Um simples pacote de manteiga, que custou à tia Etelvina 2,35€, reparei, uns dias mais tarde custar no Modelo de Albufeira 1,75€, ou seja, menos 60 cêntimos!
É óbvio que aquele senhor não pode praticar os preços de uma grande superfície comercial, mas não serão sessenta cêntimos num pacote de manteiga, um exagero...?
A Prima Claudina suspirou, dizendo que "se não fosse o que eles nos dão todos os meses, a gente não se governava...", como que a dar graças pelos duzentos e tal euros que o seu país lhe dá, depois de ter passado uma vida inteira a trabalhar.
Não basta o isolamento a que estas pessoas são votadas, não basta estarem no lote dos pensionistas com as pensões mais baixas, ainda sofrem a inflacção como ninguém...

- Imagens do Percurso "Memória Viva"

Maravilhas da Primavera ao longo do percurso "Memória Viva"...





- Percurso "Memória Viva" - Martim Longo

Depois de termos feito os percursos do Viçoso e do Pereiro, fomos fazer o de Martim Longo, intitulado "Memória Viva", que também se encontra relativamente perto de Alcaria Alta.
Saímos do monte, depois de um pequeno almoço reforçado (papas de aveia com maçã), em direcção a Martim Longo, o percurso começa na rotunda que fica mesmo no centro, seguindo para a saída da vila em direcção a Diogo Dias.
Antes ainda fizémos uma paragem no Restaurante-café Monte Branco, à entrada de Martim Longo, pois já tinhamos feito 10km desde Alcaria Alta...
Fomos até à rotunda inicial e seguimos por dentro da aldeia até à sua saída, por uma estrada de terra batida e passando entre dois muros de pedra que pareciam bastante antigos. Seguimos por montes verdejantes e coloridos de flores diversas, ribeirinhos a correr, ruínas, até chegar à povoação do Silgado. Aqui parámos um pouco para descansar, após uma grande subida, junto a um pastor que guardava ovelhas, o sr. Manuel de Brito. Perguntou-nos se éramos professores, se "dávamos escola" ali em Martim Longo pois, pelos vistos, os professores é que costumam usar o percurso para andar de bicicleta e fazer caminhadas.

Em conversa disse-nos que o Silgado já estava desabitado, ele próprio ali tinha as suas casas e o seu gado, continuando a actividade do seu pai já falecido, mas já tinha comprado uma casa em Martim Longo, onde actualmente vivia. No entanto, deslocava-se diariamente ao Silgado, para tratar do gado e ainda de algumas terras que ainda cultiva. O sr. Manuel confessou-nos que a sorte são os subsídios que ainda recebe, mas que não lhe dão para cultivar todas as suas terras. Os lavradores, que com os seus tratores prestam serviços a lavrar as terras, levam "cinco contos" à hora, por isso, muitas terras ficam por lavrar e, consequentemente, por cultivar...

Seguimos viagem apanhando um pouco da estrada alcatroada que passa no Silgado, mas virámos logo por um caminho de terra batida. Passados umas centenas de metros perdemo-nos um bocado, pois o caminho do percurso seguia por um pequeno barranco que estava cheio de silvas. Um pouco mais à frente acabámos por encontrar de novo o caminho certo, mas poderíamos ter-nos perdido a sério...
O sr. Manuel de Brito tinha-nos dito que há uns tempos, quando ali passou o rali, fizeram cair uma placa de sinalização do percurso e ele é que a tentou pôr de pé, uma vez que a base já estava podre... No dia seguinte, no posto de turismo de Alcoutim, ficámos a saber que aquele (e alguns outros percursos do concelho) não são oficiais, pois não foram aprovados pela Federação de Campismo e Caravanismo, Secção de Pedestrianismo. Oficiais ou não, nós gostamos deles na mesma, mas seria conveniente que tivessem alguma manutenção.
Passado um bocado apercebemo-nos que estávamos a fazer a segunda parte do percuso no sentido contrário ao que vinha no mapa, pois demos connosco a chegar à Barrada, quando deveríamos estar a chegar a Diogo Dias. Não nos importámos muito com isso, uma vez que o percurso tem uma forma aproximada do número 8, quando voltássemos a passar no Silgado, só teríamos de segir em direcção a Martim Longo.


Continuámos a apreciar a paisagem bucólica com a Primavera a despontar a cada monte, passámos por Azinhal, por ruínas de moinhos de vento e chegámos a Diogo Dias, onde um senhor nos indicou o caminho a seguir, enquanto cortava um pedaço de chouriço em cima de um naco de pão. Demos connosco novamente no Silgado e, depois de mais uns dedos de conversa com o sr. Manuel de Brito, seguimos em direcção a Martim Longo e, de seguida, a Alcaria Alta. Fizémos um total de 35km.

Percursos do concelho de Alcoutim (pdf)
Percurso "Memória Viva" (pdf)

- Passeio à Portela


Os últimos dias passados em Alcaria Alta foram, talvez, os últimos dias deste Inverno que teima em partir... Apesar de a previsão meteorológica não ser favorável, decidimos ir na mesma. Só para mudar de ares, ir para o sossego e para o ar puro, já vale a pena.
Acordei de manhãzinha cedo com o barulho do vento a soprar e da chuva a bater nas telhas. Ainda era muito cedo e preguiçámos mais umas horitas. Acordámos ainda com o vento forte a passar pelo monte, mas já sem chuva.
Não levámos as bicicletas, pois o tempo não estava para pedaladas... Volta e meia caíam umas pinguinhas, mas nada que nos impedisse de ir dar um passeio de carro. Tomámos um pequeno-almoço-almoçarado e saímos de Alcaria Alta. Fomos para os lados da freguesia do Pereiro e andámos por estradas e estraditas, ribeiras e riachos.

Depois de um Inverno tão chuvoso, a Primavera já quer espreitar e por todo o lado se vêem campos repletos de verde e de flores multicolores.
Fomos novamente à aldeia da Silveira, onde já tínhamos estado, há uns meses atrás, de bicicleta.


Continuámos o passeio e fomos dar com outra aldeia abandonada: a Portela.
Passeámos pela aldeia, que tem duas ruas paralelas, com casinhas de um lado e doutro, muitas já sem telhado, algumas ainda fechadas... Tirámos fotos curiosas. É mais uma das já muitas (e cada vez mais) aldeias que sofreram com a desertificação do interior algarvio. A Portela já não será habitada já há várias décadas, pois nem um poste de electricidade se vê para aquelas bandas...
Continuámos o passeio até à Ribeira da Foupana e, depois de mais algumas voltas, regressámos a casa.

- Fim-de-semana


Em contagem decrescente para mais um fim-de-semana no monte de Alcaria Alta :)

- Tio Virgílio


Faleceu o Tio Virgílio, que era o nosso vizinho mais próximo, em Alcaria Alta. Uma época natalícia que será mais triste para a sua família e para a aldeia de Alcaria Alta, que perdeu mais um dos seus habitantes. À Tia Etelvina e a toda a família os nossos sentimentos.
Esta foto foi tirada no passado mês de Agosto. Que descanse em paz...

- Miaaaa-hu! = Liberdade!

Quem também adora ir para Alcaria Alta são as nossas gatas, a Pandora e a Mónica. Em Albufeira vivem num apartamento que, apesar de espaçoso e ter varanda, não se compara a uma aldeia inteira para explorar.

A Pandora já tinha ido algumas vezes ao monte, mas para a Mónica, que ainda só tem 8 meses, era a primeira vez. Nas últimas vezes que fomos ficaram as duas em casa pois a Mónica ainda era pequena, agora já está robusta e ágil para se defender e fugir pelos muros acima, caso lhe apareça algum cão pela frente.

Primeiro pé ante pé, lá sairam da porta a cheirar tudo à volta da casa. Cada uma a descobrir um canto e, de vez em quando, uma chamava a atenção da outra e lá se juntavam numa correria ou tropelia pelo monte fora. De vez em quando desapareciam por algum tempo, mas felizmente, à hora do sol posto, andavam sempre por lá perto, voltavam para casa e fechávamos a porta. De manhã cedo já estavam à porta prontas a sair. E lá andaram as duas a saltar muros e currais, a descobrir novas ervas e plantas, a admirar os sons dos pássaros e dos insectos, durante quase 3 dias.


No último dia, como íamos sair antes da hora do almoço e não queríamos correr o risco de ter de andar algumas horas à procura delas, não as deixámos sair. E foi vê-las, com um ar triste e melancólico, à janela, a ver-nos a carregar o carro para a viagem até casa...

Agora já devem andar a suspirar pelas próximas férias em Alcaria Alta... nós também.

- Imagens do Percurso do Pereiro










- Percurso "Caminhos da Fonte" - Pereiro


Foi já há algumas semanas atrás que fomos passar mais um fim-de-semana a Alcaria Alta e, mais uma vez, fazer um percurso de bicicleta. Desta vez escolhemos o Percurso do Pereiro "Caminhos da Fonte", que tem cerca de 10 km e começa precisamente nesta sede de freguesia. Saímos de Alcaria Alta e fizémos os cerca de 10km deste monte até ao Pereiro. Parámos no café para retemperar energias antes de iniciar o percurso propriamente dito.
O percurso começa no entroncamento da aldeia do Pereiro para a Fonte Zambujo, por uma estrada asfaltada onde percorremos cerca de 1 km, até entrar por uma estrada de terra batida que passa junto à barragem do Pereiro. Seguindo até à Fonte Zambujo de Cima, percorremos o vale que separa esta povoação da Fonte Zambujo por um trilho que a certa altura era tão íngreme que foi feito com a bicicleta à mão. Daqui seguímos até à Fonte Zambujo de Baixo e depois pela estrada que seguia em direcção a Silveira.
A Silveira, tal como o Viçoso, é um monte completamente desabitado. O percurso passa mesmo pelo meio da aldeia e fizémos uma paragem para percorrer as suas ruelas e ver as casas há muito abandonadas, imaginando, por momentos, como seria a vida daquela aldeia nos seus tempos movimentados...

Ao sair da Silveira passámos por um grande rebanho de ovelhas e seguimos o caminho do percurso que leva de novo até ao Pereiro. No entanto, antes de chegarmos a esta aldeia, fizémos um desvio à direita e seguimos em direcção a Alcaria Alta, num caminho paralelo à Estrada Nacional 124. No total fizémos cerca de 30 km, de subidas e descidas, por montes e vales.

Informações:

- Lontras na Ribeira do Vascão

A Ribeira do Vascão é rica em fauna, desde répteis e anfíbios, passando por diversas aves migratórias. Segundo algumas fontes que pesquisei, salienta-se ainda a ocorrência generalizada da lontra que, tratando-se de uma espécie em vias de extinção, será uma ocasião rara avistar-se um exemplar naquelas bandas...
Há uns dias recebi um email de um admirador das paisagens do interior algarvio e alentejano, João Paulo Galacho, que, num passeio de bicicleta, teve o privilégio de ver uma lontra na Ribeira do Vascão e de lhe tirar algumas fotos. Ao pesquisar sobre a Ribeira do Vascão na net encontrou este blog e teve a amabilidade de me escrever a contar o facto e ainda de enviar algumas fotografias, que deste modo agradeço e aqui publico. Já que este blog foi uma referência do motor de pesquisa sobre a Ribeira do Vascão, conta agora com mais um contributo na divulgação deste património natural.

Fotos de João Paulo Galacho

- A roca de fiar


Descobri recentemente, em casa da minha avó, uns negativos antigos de fotos tiradas pelo meu avô, nas décadas de 50 e 60. São, na sua maior parte, fotografias de Alcoutim e de Alcaria Alta, algumas das quais nunca tinham sido reveladas.
Esta foto é de uma mulher que morava em Alcaria Alta e que trabalhava numa actividade muito comum na altura, a indústria (ainda rudimentar) têxtil. Estava a fiar a lã numa roca, instrumento utilizado para torcer a lã e transformá-la nos fios que depois seriam utilizados nos teares para tecer mantas, cobertores, casacos e outras peças.
A minha avó conta que as mulheres, tal como a da fotografia, andavam pela rua, conversando com as vizinhas, enquanto fiavam. Seria sem dúvida um trabalho bem mais animado do que se fosse feito em casa...
Lembro-me do meu avô me contar que o seu primeiro trabalho foi tecelão (ainda hoje temos mantas de retalhos e cobertores de lã feitos por ele) e que o seu pai tinha vários teares em casa, onde trabalhavam algumas pessoas do monte e de outros lados. Contou-me também que uma dessas pessoas foi o António Aleixo, o poeta popular. É conhecido o seu ofício de tecelão, à semelhança do seu pai, que terá praticado entre 1912 e 1919, segundo a sua biografia.
Não cheguei a ver teares lá na casa de Alcaria Alta, pelo menos não me lembro. Mas lembro-me de ser pequena e de andar a correr, na casa da prima Claudina, à volta de um tear, com uma neta dela, não sei qual delas, não me lembro o nome... é uma imagem que tenho :)

- João Baltazar Guerreiro


O sr. José Varzeano, no seu blog Alcoutim Livre, publicou um artigo sobre um alcoutenejo nascido em Alcaria Alta, João Baltazar Guerreiro. Apesar de ser o meu avô, desconhecia alguns interessantes aspectos que foram referidos, nomeadamente o de ter sido correspondente do jornal O Século, de entre tantas outras ocupações que teve. Obrigado pela homenagem das suas palavras:

"Estatura média, para o forte. Barriga um pouco saliente. Feições gradas, olhos grandes, cabelo preto e hirto. Um timbre de voz não vulgar e inconfundível. Devia de andar na casa dos quarenta.
O cachimbo e as fumaças caracterizavam o seu porte. Vestia sempre fato completo.
Conheci-o logo que cheguei à vila de Alcoutim em 1967. Já lá vão uns bons anos!
Era natural do concelho, mais propriamente do monte de Alcaria Alta, onde nasceu em 1926.
É na sede da sua freguesia, a aldeia de Giões, que faz a 4ª classe sendo sempre bom aluno.
As dificuldades em todo o país eram muitas e em Alcoutim, pelo que se conhece, ainda era pior. Poucos conseguiam fugir da ocupação agrícola ou do pastoreio para a casa ou para o patrão.
Quem possuía uma arte já estaria um pouco melhor mas a diferença não era muita. João Guerreiro aprendeu com os pais a arte de tecelão. Teciam linho com que se faziam toalhas de rosto, lençóis, colchas, etc. A lã dava origem a belíssimos cobertores e mantas, entre outras peças.
Nesta altura a freguesia de Giões era a mais têxtil do concelho com teares rudimentares espalhados por todos os montes, havendo igualmente na aldeia grande actividade nesta arte artesanal como já tenho tido oportunidade de referir noutras ocasiões.
Depois, como pessoa sempre interessada em saber coisas novas, aprende a técnica da destilação e instalou um alambique no monte natal onde destila principalmente medronho e figo.
Pelos 24 anos procura companheira, com quem casa e foi buscar a um monte relativamente perto, mas da freguesia de Vaqueiros. Foi a mãe de seus filhos e um pilar onde sempre se apoiou.
Chegou à Vila de Alcoutim para tomar posse do lugar de Aferidor de Pesos e Medidas da Câmara Municipal o que veio a acontecer em 21 de Julho de 1952 e onde vencia uma ridícula importância mensal. Verdade seja que não cumpria o horário normal do funcionalismo, pois não ganhava para isso por um lado e o trabalho igualmente não o justificava. Ia à Câmara quando era preciso e não mais.
Tinha contudo o serviço anual de aferição que se realizava no princípio do ano, se não estou em erro e que naturalmente efectuava percorrendo todo o concelho.
Deslocava-se diariamente de Alcaria Alta, à vila e só por volta de 1958 se fixou na sede do concelho com a família. Monta entretanto uma pequena relojoaria, consertando e vendendo relógios em nome da esposa já que como funcionário não a podia possuir. Isso acontece numa pequena casa situada na Rua Portas de Mértola e onde paga 60$00 de renda.
Cerca de um ano depois muda-se para a Rua do Município onde é hoje o Bar Miragem e parte do Minimercado Soeiro, onde igualmente fixa residência.
Tendo sido posto em venda o edifício comercial que foi desde tempos imemoriais a chave do comércio da vila, sendo no século XIX propriedade da Família Torres, passando depois para a Família Serafim, foi a esta que João Baltazar Guerreiro o adquiriu.
Quando conheci o estabelecimento comercial compunha-se de mercearia e venda, vendendo também relógios, rádios, balanças e fogões a gás, que eu me lembre.
Como já aqui informei, numa pequena divisão que tinha porta para a Rua Dr. João Dias, montou um pequeníssimo café com duas ou três mesas e em que a máquina só tirava um café de cada vez.
O Café veio pouco tempo depois a motivar toda a reorganização do espaço comercial, pois foi o ramo que passou a ocupar maior espaço, já com uma máquina moderna e com dez ou doze mesas.
Se não estou em erro, pertenceu a João Baltazar Guerreiro, que usava muito na escrita e na palavra JBGuerreiro, a iniciativa de mostrar a televisão acabada de chegar, o que não era fácil devido a muitos condicionalismo, que já aqui referi, de ordem técnica e geográfica. Funcionava nessa altura na parte alta da vila, na Rua D. Sancho II, em casa que foi de Leopoldo Martins um aparelho de TV, havendo cadeiras para as pessoas se sentarem, pagando-se por isso 1$00 que revertia a favor da Santa Casa da Misericórdia. A imagem era naturalmente muito deficiente mas mesmo assim tinha sempre casa cheia.
Fui lá duas ou três vezes, uma delas para ver o famoso Zip Zip, com Raul Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz. A instalação deste aparelho teve por base o interesse e desenvolvimento de JBGuerreiro.
Ainda há poucos anos tive conhecimento que também tinha sido ele que no moinho da Pateira, perto de Afonso Vicente, instalou antena e aparelho dando assim oportunidade às pessoas desta zona, que na altura eram muitas, de ver pela primeira vez imagens televisivas. Pagavam, segundo o meu informador, 1$00.
Numa destas tarefas, vieram jantar à vila para depois continuar a sessão. Por precaução, decidiram tapar o gerador com uma serapilheira. Ao regressarem para continuar o trabalho, como o motor estava quente, a saca ardeu queimando a máquina. Ficou realizada a sessão da noite!
João Guerreiro teve sempre tendências para estas coisas: relógios, máquinas fotográficas, rádios, televisores, fogões, etc.
Foi João Guerreiro que teve a iniciativa nos primeiros anos da década de 60 de fomentar a edição de uma colecção de postais representativos da vila, o que até aí nunca tinha acontecido.
Ainda que a escolaridade fosse a própria da época (4ª classe), João Guerreiro gostava de ler e com isso ia aprendendo, já que era uma pessoa inteligente. Depois punha em prática o que aprendia para admiração dos outros. Dizia muitas vezes:- Isso é fácil de fazer, é preciso é ter as coisas que por vezes não se arranjam. Era um “engenhocas” no sentido positivo do termo.
Tinha também outros interesses, talvez menos conhecidos e de que eu me apercebi com alguma admiração. Gostava de saber as coisas do passado, interessava-se pela história, arqueologia, pelas lendas, pelos monumentos, velhas minas, etc. e algumas pistas sobre determinados assuntos foram-me dadas por ele.
Como já aqui referi foi na sua mão que vi pela primeira vez uma parte do livro do Visconde de Sanches de Baêna, Famílias Nobres do Algarve, 1900, que eu então desconhecia completamente. Mostrou-me também um código de justiça que penso ser do começo do período liberal e outras velharias que agora não posso precisar.
Não era fácil encontrar nessa altura na vila uma pessoa que se interessasse por estes assuntos.
Era no seu estabelecimento comercial, por deferência do casal Guerreiro, que para o efeito me mandavam chamar e que eu ia atender as chamadas da minha então namorada.
Os telemóveis estavam ainda muito distantes!
Era um “bon vivant”, adorando um petisco com os amigos e que tinha muitas vezes lugar na rua, frente à porta do primitivo café. Tudo servia para a petisqueira para se beber um copo e onde nunca faltava, porque também era admirador, as cantorias, ora os cantares alentejanos que praticava, ora o fado tanto de Lisboa como de Coimbra, conforme os convivas se ajeitavam e havia sempre quem fizesse uma perninha. Isto por vezes entrava pela noite dentro, com os naturais protestos da D. Cesaltina.
João Guerreiro era um homem solidário e não me esqueço que em 1970 quando fui levar a minha mulher para nascer o meu filho, no regresso, nas descidas da ponte da Foupana, saltou uma roda ao táxi e se nada de grave aconteceu, foi porque não calhou.
Tendo-se sabido isto na vila, João Guerreiro meteu-se no carro com o Dr. João Dias e foram ao nosso encontro para o que fosse necessário. Encontrámo-nos ao Celeiro. Nunca me esqueci disto.
Em conversas recatadas, mostrou sempre a sua discordância com o regime político vigente.
xerceu durante alguns anos as funções de tesoureiro da Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim.
Foi correspondente do jornal diário O Século.
Em 1972 e após a saída do Dr. João Lopes Dias, de quem era amigo, para S. Brás de Alportel, resolveu pedir a sua transferência para a Câmara Municipal de Loulé, onde já tinha um vencimento compatível e possibilidades para os filhos continuarem os estudos.
Aqui se reformou em 1990, tendo falecido nove anos depois.
A última vez que com ele contactei foi no Convívio de Naturais do concelho de Alcoutim na Amora, penso que em 1986, onde me desloquei a convite da organização e onde ele tinha ido também com o Dr. João Dias.
Recordar aqui este alcoutenejo é uma pequena e justa homenagem que lhe prestamos.
Nota Breve
Agradeço à Família, nomeadamente a sua filha Odília e viúva D. Cesaltina, a colaboração prestada."
http://alcoutimlivre.blogspot.com/2009/11/recordar-um-alcoutenejo-joao-baltazar.html

- Festa de Alcoutim


Há festa no concelho!
Começa hoje, quarta-feira dia 9, e prolonga-se até domingo, dia 13, a Festa de Alcoutim.
A programação é diversificada, desde torneios de cartas, voleibol ou futebol, animação de rua, jogos tradicionais, bailes, espectáculos musicais e a já famosa discoteca no cais para animar pela noite dentro.

Programação completa no cartaz acima publicado. Clique na imagem para visualizar num formato maior.

- A figueira-da-índia

A figueira-da-índia, também conhecida por figueira-da-barbária, tuna ou piteira (Opuntia ficus-indica), é uma espécie que se encontra um pouco por todo o lado, nos montes do concelho de Alcoutim. O seu fruto, o figo-da-índia ou figo-de-tuna, era antigamente dado como alimento aos porcos, motivo esse que leva a que, nos dias de hoje, se vejam estes cactos de grandes dimensões a galgar os muros das antigas pocilgas.

As piteiras atingem grandes alturas, podendo chegar facilmente aos 3 ou 4 metros. Os seus troncos são grossos, os ramos clorofilados achatados de cor verde com picos e as suas flores são de cor alaranjada.

Originária da América tropical, a sua introdução na europa ter-se-á devido a fins ornamentais e aos seus frutos comestíveis. É uma espécie exótica, considerada invasora em muitos locais do mundo e em alguns locais do nosso país.
Os seus frutos são suculentos, amarelos-alaranjados, mas com uns espinhos pequenos e muito finos. Para retirá-los, a melhor técnica (aprendida em Alcaria Alta, com os meus avós) é colocá-los num balde ou alguidar e varrê-los energeticamente com uma vassoura de palha. Quando comidos quentes, "fazem mal à barriga", segundo a mesma fonte, devendo por isso ser colocados no frigorífico se forem colhidos à hora do calor.

As suas propriedades medicinais são conhecidas, sendo indicada para problemas de saúde tão diversificados como afecções das vias respiratórias, asma, diabetes, diarreia, dores reumáticas, entre outros. Externamente, utiliza-se no eczema, psoríase e dores musculares.