- Percurso "Memória Viva" - Martim Longo

Depois de termos feito os percursos do Viçoso e do Pereiro, fomos fazer o de Martim Longo, intitulado "Memória Viva", que também se encontra relativamente perto de Alcaria Alta.
Saímos do monte, depois de um pequeno almoço reforçado (papas de aveia com maçã), em direcção a Martim Longo, o percurso começa na rotunda que fica mesmo no centro, seguindo para a saída da vila em direcção a Diogo Dias.
Antes ainda fizémos uma paragem no Restaurante-café Monte Branco, à entrada de Martim Longo, pois já tinhamos feito 10km desde Alcaria Alta...
Fomos até à rotunda inicial e seguimos por dentro da aldeia até à sua saída, por uma estrada de terra batida e passando entre dois muros de pedra que pareciam bastante antigos. Seguimos por montes verdejantes e coloridos de flores diversas, ribeirinhos a correr, ruínas, até chegar à povoação do Silgado. Aqui parámos um pouco para descansar, após uma grande subida, junto a um pastor que guardava ovelhas, o sr. Manuel de Brito. Perguntou-nos se éramos professores, se "dávamos escola" ali em Martim Longo pois, pelos vistos, os professores é que costumam usar o percurso para andar de bicicleta e fazer caminhadas.

Em conversa disse-nos que o Silgado já estava desabitado, ele próprio ali tinha as suas casas e o seu gado, continuando a actividade do seu pai já falecido, mas já tinha comprado uma casa em Martim Longo, onde actualmente vivia. No entanto, deslocava-se diariamente ao Silgado, para tratar do gado e ainda de algumas terras que ainda cultiva. O sr. Manuel confessou-nos que a sorte são os subsídios que ainda recebe, mas que não lhe dão para cultivar todas as suas terras. Os lavradores, que com os seus tratores prestam serviços a lavrar as terras, levam "cinco contos" à hora, por isso, muitas terras ficam por lavrar e, consequentemente, por cultivar...

Seguimos viagem apanhando um pouco da estrada alcatroada que passa no Silgado, mas virámos logo por um caminho de terra batida. Passados umas centenas de metros perdemo-nos um bocado, pois o caminho do percurso seguia por um pequeno barranco que estava cheio de silvas. Um pouco mais à frente acabámos por encontrar de novo o caminho certo, mas poderíamos ter-nos perdido a sério...
O sr. Manuel de Brito tinha-nos dito que há uns tempos, quando ali passou o rali, fizeram cair uma placa de sinalização do percurso e ele é que a tentou pôr de pé, uma vez que a base já estava podre... No dia seguinte, no posto de turismo de Alcoutim, ficámos a saber que aquele (e alguns outros percursos do concelho) não são oficiais, pois não foram aprovados pela Federação de Campismo e Caravanismo, Secção de Pedestrianismo. Oficiais ou não, nós gostamos deles na mesma, mas seria conveniente que tivessem alguma manutenção.
Passado um bocado apercebemo-nos que estávamos a fazer a segunda parte do percuso no sentido contrário ao que vinha no mapa, pois demos connosco a chegar à Barrada, quando deveríamos estar a chegar a Diogo Dias. Não nos importámos muito com isso, uma vez que o percurso tem uma forma aproximada do número 8, quando voltássemos a passar no Silgado, só teríamos de segir em direcção a Martim Longo.


Continuámos a apreciar a paisagem bucólica com a Primavera a despontar a cada monte, passámos por Azinhal, por ruínas de moinhos de vento e chegámos a Diogo Dias, onde um senhor nos indicou o caminho a seguir, enquanto cortava um pedaço de chouriço em cima de um naco de pão. Demos connosco novamente no Silgado e, depois de mais uns dedos de conversa com o sr. Manuel de Brito, seguimos em direcção a Martim Longo e, de seguida, a Alcaria Alta. Fizémos um total de 35km.

Percursos do concelho de Alcoutim (pdf)
Percurso "Memória Viva" (pdf)

2 comentários:

  1. Bom dia!
    Sou alcoutenejo de alma e coração. Sempre aqui vivi, vivo e desejo continuar a viver. Adoro a nossa terra. Temos muitas potencialidades e esforço-me por dar a conhecer esta terra, realizar e participar em actividades que ajudem a dinamizá-la. Fico feliz quando vejo notícias sobre a nossa terra!

    Decidi comentar aqui neste blog para desejar os maiores Parabéns aos seus mentores e votos de muitos e bons posts. Aproveito para rectificar uma informação relativa ao percurso pedestre “Memória Viva”. Em Portugal a autoridade que homologa ou não percursos pedestres é a Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo através da sua Secção de Pedestrianismo e este percurso encontra-se homologado como está indicado no folheto que aqui se pode descarregar em pdf. Assim sendo, este percurso é oficial! A questão da manutenção é realmente um problema, pois a Associação Odiana ao fomentar este projecto não acautelou a questão da manutenção e em anos chuvosos, como tem sido este, a degradação dos trilhos é maior.

    Fernando Dias
    fernando.dias.cma@gmail.com

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  2. Boa tarde,
    Obrigada pelas suas palavras. Apesar de não ser alcouteneja, sou descendente de alcoutenejos e desde sempre gostei do concelho e das férias que nele passei. Continuo a gostar e a visitá-lo regularmente e, não fosse a falta de emprego, acho que também não me importaria de aí viver... :)
    Obrigada pelas rectificações relativamente à entidade que homologa os percursos. Apesar de oito percursos constarem do site da C.M. de Alcoutim, nem todos estão homologados, segundo nos informaram no posto de turismo da vila. Penso qe terá sido uma homologação recente que só contemplou alguns dos percursos, muito provavelmente pela sua falta de manutenção. Como referi no post, há caminhos difíceis de encontrar por se encontrarem cobertos de silvas e outra vegetação.
    Apesar disso, para quem gosta de BTT, não é grande problema... quando nos perdemos acabamos por encontrar outros belos locais que não faziam parte do percurso e, mais tarde ou mais cedo, voltar ao caminho certo :)
    Cumprimentos
    Sandra

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