- A Casa do Monte


A nossa última ida ao monte foi dedicada à pintura, bricolage e decoração. Como está muito calor para andar de bicicleta e este ainda se faz sentir com maior intensidade no interior da serra algarvia, tirámos um fim-de-semana para nos dedicarmos à Casa do Monte. Assim, acordámos cedo e deitámos mãos à obra. Começámos por pintar as tradicionais barras azuis e dar um ar mais típico e colorido à casa caiada de branco. Numa altura em que se começa a ver, um pouco por todo o monte, as barras azuis, amarelas ou verdes serem substituídas por azulejos que nada têm a ver com a traça original, nós, que temos tanto de modernistas como de tradicionalistas, optámos por seguir esta última corrente...
Com as barras praticamente concluídas, apenas a precisar de uns retoques, e o calor do meio-dia a começar a apertar, dedicámo-nos ao interior da casa.


Começámos pela arrecadação dos fundos que tinha tanta tralha e estava tão desarrumada, que mal se podia entrar. Arrumámos tudo aos cantos, libertámos montes de espaço e ainda encontrámos diversos objectos antigos que utilizámos para redecorar a sala: panelas e alguidares de barro, potes, candeeiros a petróleo, cântaros, entre outros.


Arrastámos móveis, mudámos objectos de local, deitámos lixo fora, arrumámos arcas de madeira, descobrimos e redescobrimos imensas coisas.


Por fim, ainda demos uma ajudinha à parreira que cresce ao lado da casa e estava caída ao lado do poste. Com uns parafusos e um arame orientámo-la em direcção ao telhado da casa para ir subindo para o lugar que sempre foi o dela.
Foi um dia de grande trabalho, feito com enorme prazer, no qual transformámos a casa do monte num local mais bonito, acolhedor e confortável.

O antes:

e o depois:

3 comentários:

  1. A casa está LINDA e aproveito para vos parabenizar publicamente.
    Com o tempo a coisa vai...falta o forno!!! Quem sabe não arranjo para aí quem mo arranje.
    Vou indagar...
    Fico encantada com o amor que vcs dedicam ao monte. Adorava que tivessem podido conhecer quem lá viveu. Que saudades que tenho de todos eles!!! Beijinhos/Mummy

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  2. Reconheço esta casa onde há cerca de quarenta anos, numa noite, petiscava a luz de um gasómetro (candeeiro usado nas minas) e ao som do acordeão do Guerreiro (filho do Sr.Baltazar, deduzo que seja seu pai. Na altura viviam em Loulé, onde trabalhava como aferidor "pesos e medidas".
    Deduzo que também se dedicava ao conserto de relógios.
    Saudosos tempos esses, em que os "montes" do concelho de Alcoutim tinham vida e juventude. Hoje não só o abandono, como a sua morte é eminente...Enfim coisas do progresso ou desleixo dos governantes que ao longo dos tempos ignoraram e continuam a ignorar o interior, esquecendo que ele paz parte do território.
    Quando era criança ouvia dizer que nos anos da década de 500, após a descoberta do Brasil também estas montes quase ficaram sem famílias, tendo sido mais tarde repovoados.
    Será que esse repovoamento voltará outra vez "algum dia)??

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  3. Caro anónimo,
    Obrigada pelo seu comentário, lamento apenas não se ter identificado.
    O Baltasar Guerreiro não é meu pai, mas tio. Sou filha da sua irmã Odília.
    Acredito que, para muitos destes montes, o despovoamento é inevitável. No entanto, tem-se visto cada vez mais casas restauradas e pessoas que partiram para longe mas vêm à sua aldeia natal passar férias. É pena que não se aproveite melhor os recursos naturais e paisagisticos desta zona do país e não se preserve da melhor forma estas aldeias típicas.
    Cumprimentos
    Sandra Fernandes

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